Política

Roberto Sales: 'Covardia o que estão fazendo com o gonçalense'

Candidato aposta na boa relação com o governo federal para atrair investimentos. Fotos: Pedro Conforte

Por Matheus Merlim 


Concorrente à Prefeitura de São Gonçalo pelo Partido Social Democrático (PSD), o ex-deputado federal Roberto Sales acredita contar com o apoio de lideranças religiosas para vencer as eleições. Na cidade, já atuou como secretário municipal de pesca em 2013. Sob a bandeira conservadora e bolsonarista, promete desburocratizar o sistema municipal e informatizar, principalmente, a Saúde. Aos 42 anos, o candidato traz na chapa como vice-prefeito é o médico Dr. Isac Esteves (PTC).

Formado em Administração pela Universidade Veiga de Almeida (UVA), foi eleito em outubro de 2014, aos 36 anos, como deputado federal — até então filiado ao Republicanos — com mais de 124 mil votos. Lá, buscou através da Frente Parlamentar de Incentivo à Captação e Doação de Órgãos, lançada em outubro de 2015, para estimular o aumento do número de transplantes e de doadores de órgãos no país.

O próprio Roberto Sales é transplantado do rim. Ele recebeu a doação de um parente vivo: seu pai que, na época, tinha 74 anos.

  • Por que São Gonçalo precisa de Roberto Sales como prefeito pelos próximos quatro anos?

Cheguei em São Gonçalo em 1999 onde constituí família. Isso me motivou a vir como prefeito, até por causa da experiência que tenho em Brasília, posso trazer muita verba para o município. Outros terão acesso à Brasília? Terão. Mas não como nós teremos com o nosso governo. O que me motiva é gerar emprego, resolver o problema da saúde, é informatizar todos os setores da Prefeitura. É tudo muito burocrático, a gente tem que desburocratizar. Tem que criar incentivos fiscais para atrair indústrias e empresas para o município.

  • O que o senhor considera como principal problema na gestão municipal de São Gonçalo? E o que o senhor faria de diferente para resolvê-lo?

Falta gestão e iniciativa. Falta informatizar a Saúde, como por exemplo prontuário eletrônico. A pessoa já passou mal uma vez no bairro do Coelho, então se porventura ela passar mal em outro bairro, quando jogar o nome e CPF dela, vai aparecer o histórico. A gestão precisa ser informatizada na totalidade. A questão de falta de manutenção das ruas, muitas são asfaltadas ou concretadas, mas com os bueiros entupidos, muita terra nos canteiros. Precisamos fazer uma manutenção na cidade inteira, desde o governo Panisset não tem acontecido. Isso está sendo um dos principais problemas dessa gestão. Não é corrupção no governo dele, é a falta de gestão.

  • Qual a análise que o senhor faz de seus adversários?

Respeito todos eles porque cada um tem seu potencial. Mas a gente percebe nas ruas que as pessoas querem o novo, querem o diferente, alguém que pense nas próximas gerações. O nosso programa de governo ficou bom, com promessas que podemos executar. Não temos mentiras de passagem a um real, metrô e barcas. Faremos coisas viáveis. Nosso diferencial dos demais candidatos vai ser esse foco como administrador, de gestor, porque minha formação é Administração de Empresas e vamos seguir essa linha. Vamos gerir a cidade como se fosse uma empresa, reduzindo custos, tirando as despesas desnecessárias e maximizando os resultados. Os secretários municipais terão metas para atingir. Além da gente ter a bandeira principalmente dos conservadores, dos bolsonaristas, em defesa da família tradicional e da vida.

  • A disputa eleitoral em São Gonçalo tem o costume de ir ao segundo turno. Caso o senhor avance, há possibilidade de estabelecer alianças com adversários?

Ninguém governa sozinho. Claro que tem umas ideologias que não vai ter como aliar. Mas a gente percebe que num eventual segundo turno, acredito que poderemos ter em torno de 60% a 70% de apoio dos candidatos existentes e isso é bom. A gente percebe pelas conversas, pelas pessoas que nos comunicam, que os outros candidatos gostam do meu trabalho, dos projetos e propostas. A gente consegue articular e fazer com que esses candidatos que não forem para o segundo turno venham conosco.  

  • E se o senhor não estiver numa disputa de segundo turno, vai apoiar alguém?

Vamos apoiar alguém que esteja com um alinhamento aproximado do que nós defendemos, que é a bandeira dos conservadores. Daqueles que tenham uma visão de futuro da cidade, o que mais se aproximar dessa visão de desenvolvimento e modernização de São Gonçalo, além de ser conservador, tem uma chance que a gente apoie, caso a gente não vá.

Saúde

Saúde e geração de empregos estão entre as principais promessas de Salles. Foto: Pedro Conforte

Para melhorar o atendimento público municipal na cidade, o candidato tem como principal promessa fazer a divisão da cidade em sete regiões administrativas, com um posto de saúde funcionando 24 horas em cada uma delas.

"Além de uma motivação pessoal na área da Saúde, por ser transplantado renal - meu pai ter me doado um rim - , eu acho uma covardia o que estão fazendo com o cidadão gonçalense em só poder agendar consultas e exames quem tem um conhecido na prefeitura ou um vereador. A gente tem que dar acesso à saúde para todos, porque é constitucional"

Rotativo

A luta para trazer mais empregos aos gonçalenses também é prometida na pauta do prefeitável, que coloca como meta a criação de 20 mil novas vagas de empregos diretos durante o próximo mandato — caso seja eleito. Segundo Sales, a forma mais rápida de abrir, logo de cara, 800 vagas é estabelecer o estacionamento rotativo em São Gonçalo.

“Só para guardadores de carros serão 800 vagas. Já foi aprovado na Câmara Municipal a questão do estacionamento rotativo, mas falta implantar. Houve uma disputa judicial sobre esse assunto, vamos tentar mediar esse conflito para gerar logo essas vagas", conclui. 

Cara a cara

https://youtu.be/lk0flM2BOXM
Entrevista feita pelo jornalista Flávio Oliveira.

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